terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Peru - parte I


Lima (pra começar) em Miraflores

Estávamos no mês de outubro de 2008. Chegamos a Lima depois de 5h de vôo, e de sobrevoar uma parte das cordilheiras. Nós estávamos bem empolgados, o dia estava bonito, apesar do céu cinzento de Lima. Quando estávamos saindo do aeroporto, esperando o transfer do hostel que vinha nos buscar, abrimos uma caixa de barrinhas de cereal (coisa de novato). Enquanto isso, o labrador da polícia comia a barrinha com os olhos. O Rodrigo resolveu dividir a barrinha dele com o labrador. Ah, que prato cheio! O cachorro só não disse obrigado porque não falava português, mas os policiais caíram na gargalhada, e a gente também, claro. Ah, as férias...
Nosso transfer chegou e fomos pro hostel. Esse é o típico lugar onde mochileiro se hospeda. Muitos ficam em hostels, ou albergues em português, por ser uma opção mais barata (existem quartos compartilhados) e também por ser um lugar perfeito pra se encontrar pessoas do mundo todo com os mesmos objetivos que os seus, sejam eles explorar a cultura local ou as baladas locais.

O nosso hostel se chamava Kusillus, e ficava num bairro afastado do centro, chamado Miraflores. Aí começavam as descobertas desse lugar maravilhoso chamado América do Sul. Saímos do centro de Lima, um típico centro de cidade grande, com vistas de pobreza e alguma decadência, para um bairro rico e moderno, que mais lembrava uma cidade européia, com uma bela vista pro Pacífico. A rua principal do bairro era larga, cercada de prédios de todos os tipos, altos e modernos, antigos e bem preservados, caixas eletrônicos de bancos nas ruas (sim, literalmente na rua, do lado de fora dos bancos). Uma bonita praça florida completava o cenário. Era sábado e o bairro estava bem agitado, com muita gente nas ruas, indo e vindo do trabalho. Os contrastes entre riqueza e pobreza de lá são os mesmos que vemos aqui no Brasil também. Deixamos as mochilas no hostel e fomos procurar um restaurante pra almoçar, tendo em vista que o objetivo era gastar pouco comendo o melhor possível. Trocamos um pouco de dólares por Soles Nuevos, a moeda peruana, no aeroporto, mas depois descobrimos que deveríamos ter trocado todo o dinheiro, pois a taxa de câmbio era melhor que nas casas de câmbio em Miraflores. Isso sem mencionar que tem muito malandro querendo passar a perna nos desavisados trocando seu dinheiro por Soles falsos.
O restaurante, que escolhemos pelo preço e pela limpeza, o que está de bom tamanho, era próximo ao hostel, mas já não lembro o nome. Não é difícil achar aquele restaurante, nem restaurantes como aquele, que servem menu. Era um lugar simples, a algumas quadras da rua principal, onde pessoas comuns faziam suas refeições do dia a dia. Come-se muito frango por lá, talvez por ser uma carne mais barata, e menus estão por toda parte. Servem geralmente uma salada de entrada, ou sopa de legumes ou quinoa, que é muito saboroso, e um prato principal, na maioria das vezes com frango. Depois pode ter uma sobremesa – gelatina ou flan. O que achamos curioso foi que eles não costumam gelar as bebidas como nós fazemos no Brasil, o que pra nós foi bem estranho. Refrigerante e cerveja quentes eram a coisa mais comum, tanto no Peru quanto na Bolívia. Falando nisso, não podia deixar de mencionar o refrigerante nacional peruano, a famosa Inca Cola! É muito popular, apesar da cor amarelo brilhante lembrar algo radioativo, mas claro que não podíamos deixar de provar. Não tão cedo, ainda tínhamos que nos acostumar com a idéia…





Estava bem frio na cidade e ventava muito, aquele vento frio do Pacífico. Mas eles têm uma bela orla lá em Miraflores, e resolvemos dar um passeio. O conceito de praia no Brasil não é tão comum fora dele, e acabei percebendo com as nossas andanças por aí. A orla era realmente muito bonita, mas era apenas uma paisagem para se observar, não para se inserir. A água devia ser muito fria, e não tinha faixa de areia, apenas pedras e penhascos. Mas que beleza de penhascos! Não fosse o frio, teríamos passado muitas horas ali. Há um farol, ladeado de verde, com os prédios modernosos ao fundo, calçadas convidativas que levam a toda parte de Miraflores, uma praça chamada Champagnat, e uma enorme escultura de um casal de apaixonados. Como o vento favorece, há passeios de parapente bem ali, a beira do penhasco. Meia dúzia de surfistas se diverte naquele mar gelado, e lá embaixo se avista um lindo restaurante azul claro, com um pier e uma vista espetacular, chamado La Rosa Nautica. Claro que não era pro nosso bolso, mas se a comida for tão boa quanto o restaurante era bonito…





A essa altura, e com esse papo de restaurante, fomos dar uma olhada no que caberia no nosso bolso pro jantar. Descobrimos uma espécie de shopping ao ar livre, mas só com restaurantes (expliquei ou compliquei? rsrs), e algumas baladas, e fomos dar uma olhada. Gente, era impressionante a insistência dos “garçons”, que ficavam praticamente implorando pra gente entrar, em TODOS os restaurantes… quase desistimos, mas acabamos voltando lá mais tarde, já que parecia um lugar animado.
Antes de jantar voltamos pro hostel, e aí entra um dos personagens das nossas viagens, que lembramos sempre e com muito carinho, pois eles fazem a diferença na história.
Chegando lá, fomos falar com o cara da recepção, mas não um cara qualquer, era o Jaime (se pronuncia Ráime em espanhol)! Ele era um peruano caricato, parecia ter saído de alguma banda de rock do interior do país. Estava ali, na dele, mas sempre solícito. O Rodrigo fala muito bem espanhol, o que ajuda e muito, pois as pessoas ficam mais a vontade e se tornam muito mais solícitas quando nos esforçamos pra falar a língua delas.
Por isso passamos um tempo ali na recepção conversando com o Jaime, e ele nos deu várias dicas preciosas. Uma delas foi aquela de evitar trocar dinheiro na rua, pois dão notas e moedas falsas de Soles. 
Outra dica esperta do Jaime foi sair 2h antes do hostel pra pegar o voo pra Cusco. Achamos estranho, já que geralmente exigem que estejamos 1h antes no aeroporto para vôos nacionais, mas não se duvida de Jaime! Não se trata de um vôo regular para um lugar qualquer, e sim de um vôo lotado de turistas ávidos pra conhecer Cusco e Machu Pichu!



Depois disso voltamos ao “shopping” pra jantar. Não saberia dizer o nome do restaurante, mas comemos por ali, depois um rápido passeio pela praça, onde compramos aquelas toquinhas peruanas, bem quentinhas e coloridas, que foram o acessório mais usado na viagem, junto com os casacos pesados que levamos.
Hoje em dia se vê muita gente com essas tocas, mas em 2008 não era tão popular. 
Tocas compradas, voltamos ao hostel.

Centro Histórico e algumas proezas

Era dia de conhecer o centro histórico de Lima. Não dá pra ter idéia do que é Lima sem estar lá. Tomamos o café da manhã no hostel, o famoso café continental – torradas com geléia, café e leite de latinha. Depois pegamos um taxi em Miraflores, (muito barato por sinal, alguns poucos soles, mas tem que estar sempre negociando o preço) e fomos ao centro, passando por outros bairros incríveis da cidade. Uns modernos e empresariais, outros simples e velhos. Chegando ao centro histórico, ficamos impressionados com a Plaza Mayor! Era toda em estilo colonial, ruas de paralelepípedo e prédios históricos muito bem preservados. Ali também fica o prédio do governo peruano, um belo edifício também muito bem conservado. Em frente a Plaza também fica a Catedral, muito antiga e sofrida pelos terremotos que volta e meia causam algum estrago. Ela foi reformada algumas vezes, mas é muito imponente e tem uma grande carga histórica dentro e fora de suas paredes de pedra e enormes portas de madeira.








Demos uma volta pela região e vimos que tinham outras igrejas e lugares interessantes pra visitar, mas a gente precisava sacar dinheiro, pois tínhamos levado pouco.
Aí começou a saga. Por algum motivo, a gente não conseguia sacar mais de 200 soles, em torno de 80 reais, e começamos a ficar preocupados, pois tínhamos que pagar o hostel, que não aceitava cartão de crédito, e também o motorista que ia levar a gente pro aeroporto, mais as despesas do dia a dia. E estávamos quase sem dinheiro. Pois bem, gastamos boa parte do dia tentando resolver isso. Comemos pechugas de pollo (o bom e velho peito de frango) de restaurante de menu ali pelo centro e fomos de banco em banco tentando sacar dinheiro. Nada, nenhum caixa nos deixava sacar… Uma  dica básica e importante sobre esse assunto é confirmar no banco antes de viajar se seu cartão está liberado para uso no exterior… mas isso a gente tinha feito. Nosso dinheiro dava só pras despesas do dia, então tentei sacar do cartão de crédito ao invés de sacar da minha conta, e funcionou. Pelo menos tínhamos algum dinheiro pra nos virar até o dia seguinte. O problema é que sai muito caro, pois as taxas do cartão de crédito são muito altas, então a gente precisava encontrar uma saída o mais rápido possível.



Fizemos todos os passeios que podíamos sem gastar nada, ou seja, batemos muita perna pelo centro. Valeu muito a pena, conhecemos as ruas vazias do domingo, quando se pode ver tudo sem aquele turbilhão de pessoas andando, alguns artesãos locais vendendo quadros e lembrancinhas da cidade, e a Plaza San Martin, linda praça rodeada de prédios brancos barrocos, patrimônio da humanidade. Também remete a um herói sulamericano, que lutou pela libertação das colônias como Simón Bolivar.




Voltamos pro hostel no fim do dia, exaustos de tanto andar, e fomos consultar nosso amigo Jaime pra saber que opções baratas tínhamos pra comer por ali. Ele nos sugeriu o supermercado que ficava a duas quadras dali, e realmente foi muito útil, pois assim pudemos comprar comida, uns lanchinhos pra levar na mochila e umas cervejas porque ninguém é de ferro. E o melhor foi que pudemos pagar com cartão de crédito.
Comemos na cozinha do hostel mesmo. Pra quem nunca esteve em um, hostels geralmente tem cozinha equipada e você pode comprar e preparar sua comida lá. Medida de economia, afinal, mochileiro geralmente tem grana curta.

Centro Histórico, exploração completa

Depois do café no hostel, voltamos ao centro pra tentar resolver a questão dos saques e finalmente poder visitar os lugares que queríamos. Era feriado em Lima, não lembro de que, mas estava tendo a troca da guarda no palácio do governo. Estava cheio de gente lá, mas conseguimos uma brecha no meio fio pra ver e filmar. Foi muito legal, nunca tinha visto nada do tipo e achei bem interessante. O Rodrigo já tinha visto a troca da guarda no Chile, mas disse que ali era muito melhor.


Saímos dali e fomos visitar a Igreja de São Francisco, logo ali, virando a esquina. Era uma igreja bonita, apesar dos pombos que recepcionam você depois do portão. Tínhamos lido no nosso guia que valia uma visita, não só pela igreja em si, mas por toda a história, arquitetura e as suas famosas catacumbas. Como era barato, pudemos entrar sem peso na consciência. E realmente valeu a pena. Contratamos um guia para o tour em espanhol, pois o guia que fazia o passeio em inglês estava com um grupo gigante de gringos e, afinal, espanhol não é tão difícil assim. O guia nos levou as catacumbas, muito interessantes, que ainda tem algumas ossadas dos religiosos e nobres da época. Antigamente, pessoas ricas eram enterradas dentro ou abaixo da igreja, geralmente sob um altar, para que fossem conduzidos direto pro céu (já que estavam ali mesmo.. rsrs).  




Há também um jardim interno e várias salas com arte sacra. Isso é o tipo de coisa que você vai ver muitas vezes numa viagem ao Peru (igrejas e seus anexos), mas pra quem gosta de arte, mesmo se não for por questão de fé, vale a pena conhecer. Vimos também um detalhe interessante da arquitetura colonial da época; painéis de madeira talhada com figuras de flores e arabescos, que foram encaixados no teto dos prédios, e caracterizam a cultura espanhola, que se instalou ali no tempo da colônia.

As ruelas do centro histórico são cheias de lojinhas com camisetas e diversos souvenirs com preços variados, vale pesquisar. O Rodrigo acabou comprando uma camiseta da Inca Cola bem característica ...e amarela. Levamos outros presentinhos pra casa, depois de dar aquela pechinchada.  
Comemos um menu e fomos explorar o outro lado da cidade. Fomos ao Museu da Inquisição, um lugar meio sombrio, até pelo próprio tema, mas que vale uma visita. Ele expõe diversos objetos de tortura da época, e contam um pouco da história da inquisição no Peru. A entrada é grátis. 


Logo em frente fica o Congresso Nacional, um belo edifício branco, com uma estátua de Simón Bolívar montado em seu cavalo, bem na entrada. Muita gente lembra, mas muita gente esqueceu dessa figura quase mitológica da história da América do Sul, porém vou deixar essa história pro post sobre a Venezuela e vocês vão entender por quê. 
Voltamos aos caixas eletrônicos e conseguimos sacar mais um pouco de dinheiro, o que nos deu fôlego e nos acalmou tanto que achamos que era um probleminha a toa, e com certeza no próximo lugar os caixas iam cuspir dinheiro até não poder mais (hahaha).  
No fim da tarde fomos tomar café no StarBucks (uma rede de cafés Americana, pra quem não conhece) lá em Miraflores. Aliás, Miraflores tem ótimos lugares pra fazer um lanche ou jantar/almoçar. Há outros bairros interessantes para comer ou beber (ou os dois!), mas que não tivemos tempo de conhecer, como Barrancos, muito popular entre os mochileiros também. 
Depois de mais um dia cheio em Lima, era hora de arrumar a mochila e ir pro próximo destino: Cusco. Conforme o Jaime havia nos orientado, ligamos para o motorista e combinamos o horário para o dia seguinte. Jaime queria que nós reservássemos o hostel para a volta, mas ficamos com preguiça e deixamos pra depois, até porque ainda não sabíamos o dia exato da volta.  



A caminho da altitude (Cusco

Nos despedimos do Jaime, que dormia debaixo do balcão, e fomos pro aeroporto ainda de madrugada. Quando chegamos, agradecemos o Jaime em pensamento por ter nos alertado! A fila do check-in estava enoooorme. Quando chegou a nossa vez no guichê, a atendende fez caras e bocas enquanto procurava dois lugares pra gente naquele vôo. Aí veio a notícia:
- Infelizmente não temos dois lugares disponíveis na classe econômica, apenas um… vocês vão ter que ir separados.
E deu o bilhete da econômica pro Rodrigo… e da executiva pra mim!!! Hahahaha
Enquanto eu tomava um café da manhã delicioso na executiva, o Rodrigo teve que se contentar com um lanchinho murcho com refresco.
O vôo foi curto mas muito agradável (pelo menos pra mim foi!). Lindas paisagens do sol nascendo nas cordilheiras, em muitos trechos com os cumes branquinhos de neve.

Aqui cabe uma colocação sobre a altitude. Como todos sabem, Cusco é uma cidade cravada na Cordilheira dos Andes, região com altitudes elevadas e que geralmente requer um período de adaptação aos que não estão habituados. Só pra se ter uma idéia, a cidade está a 3.400m de altitude, e Curitiba, que é uma cidade bem alta no Brasil, está a 900m. Pensando nisso, destinamos 3 dias para Cusco, sendo que o primeiro seria apenas para descansar e nos adaptar. A consequência da altitude pode provocar um mal estar, conhecido como mal da altitude, ou soroche em espanhol. O sintoma pode ser aliviado com remedios, mas há uma solução bem mais simples e comum: chá de coca. Muita gente tem preconceito antes de conhecer esse chazinho, tão popular entre os peruanos e que só nos faz bem. O gosto lembra o de chá verde e ele tem
propriedades nutritivas, além de ajudar a expandir os alvéolos dos pulmões, por isso ajuda a respirar melhor na altitude. Pelo menos é o que nos disseram que ele faz!

O avião pousou e ficamos nos observando pra ver qual seria a reação da bendita da altitude sobre nós. Lemos comentários de mochileiros que relataram sentir as pernas pesadas, mal conseguirem andar e sentir muita tontura e falta de ar, por isso a tensão. Mas nada disso nos afetou assim de imediato. Fomos tranqüilamente até a esteira das bagagens pra pegar as mochilas, andando e respirando como sempre, graças a Deus. Na saída havia um grupo de músicos peruanos vestidos a caráter, com as flautinhas e a tradicional música andina. Também havia milhares de taxistas e picaretas ávidos por pegar um trouxa. A gente não caiu nessa, aliás o hostel que reservamos incluía free airport pick-up (buscavam a gente de graça no aeroporto). Ficamos ali procurando nossos nomes nas plaquinhas, mas não encontramos. Aí enquanto o Rodrigo foi ligar pro hostel eu fiquei despistando os picaretas. 

Disseram que a Julia (que se pronuncia Rúlia) tinha vindo nos buscar, aí voltamos lá pra for a e lá estava ela. A segunda personagem das nossas viagens. Um semblante calmo e uma pessoa muito simpática. Aliás, os peruanos no geral são assim. O espanhol que eles falam é muito fácil de entender, diferente de outros falados América Latina a fora. Mas voltemos a nossa anfitriã. Ela nos ajudou a guardar as mochilas no carro e fez algumas perguntas breves.
Aproveitamos para ver a cidade e curtir a paisagem. Mas quanto mais a gente se afastava do aeroporto, mais eu me assustava com o que via. Não sei se ficou evidente o meu pavor, mas o Rodrigo não estava com uma cara muito animada também. Parecia que estávamos nos embrenhando numa favela, era uma região muito estranha, e senti vontade de pedir pra Julia parar o carro que iríamos voltar dali mesmo, onde quer que estivéssemos. 

Gente, ainda bem que não fizemos isso! O hostel, que fica na verdade em uma zona residencial muito da tranquila, era quase que um pequeno hotel, muito aconchegante e
agradável. A primeira coisa que fizemos foi tomar um chá de coca, enquanto a Julia preparava nossa entrada. Eles precisam tirar cópia do passaporte, em todo hostel por onde passamos naquela viagem foi assim. O chá foi reconfortante, e a musiquinha andina ao fundo também. O hostel era também a casa da Julia, que ela organizou muito bem. A casa principal era a casa da família, que dividia com os hóspedes a cozinha, a copa e uma pequena e simpática recepção. No andar de cima era a parte privada, enquanto nos fundos ficavam os quartos dos hóspedes. Estava tudo novinho e nós éramos praticamente os únicos hóspedes, e o tratamento foi bem VIP. A Julia fazia tudo que podia para nos ajudar e nos sentir bem. Ligava pro táxi vir nos buscar, chorava preço, dava dicas sobre o que fazer na cidade, onde comprar, onde ir… sem contar nossas conversas sobre viagens e sobre o Brasil. 




A propósito, o hostel de chama Laramani, e eu recomendo muito, especialmente se você estiver indo com a família, ou mesmo um casal. Era uma região bem tranqüila, residencial, um pouco afastada do agito do centro histórico, e justamente o que estávamos buscando.
O quarto era ótimo e muito bem equipado, pegava até canais brasileiros na TV. Sim, mochileiro também pode ter conforto.
Como o soroche não nos atingiu, resolvemos ir até o centro histórico para conhecer. De táxi, e pagando muito barato por isso (em torno de 3 soles). Eu, particularmente, adorei a Plaza de Armas de Cusco. Muito bem preservada, rodeada por duas lindas igrejas, a Catedral e a Igreja da Companhia de Jesus, o Convento de La Merced, e o comércio, que caiu muito bem na arquitetura do lugar. Sem falar dos inúmeros restaurantes da Plaza e arredores. As ruelas de pedra remetem ao passado glorioso do Império Inca, cuja base era Cusco. Ainda é possível ver os resquícios da invasão espanhola na arquitetura, pois alguns edifícios erguidos pelos espanhóis se sobrepõe aos alicerces de pedra feitos pelos Incas. 







Aí vai uma dica: há restaurantes pra todos os gostos e bolsos, basta dar uma olhada em volta. Tem até McDonald’s. Quanto mais afastado da Plaza, mais barato. Resolvemos comer algo mais familiar naquela noite, e fomos a um restaurante italiano arrumadinho que fica numa ruazinha logo depois da Igreja da Cia de Jesus. Estava lotada de gringos, é claro, e depois ficamos pensando se não poderíamos estar explorando a culinária local ao invés de comer uma pizza. Enfim, acho que seria um pouco demais querer ser peruano a essa altura, né? A gente teria tempo de sobra pra curtir a comida peruana, e foi o que fizemos depois.

Cusco e a saga dos novatos

Acordamos cedinho e nos deparamos com um café da manhã digno de casa da vó! O pão tinha acabado de sair do forno, a geléia de frutas andinas era feita ali mesmo na cozinha, e o suco recém preparado de mamão foi servido na mesa. Sem falar no café em si com o leite de latinha e os cereais andinos. Talvez eu já esteja me esquecendo de alguma delícia que a Julia nos serviu, mas só posso dizer que foi tudo de bom! Pegamos o táxi e voltamos ao centro histórico, agora sabendo o que queríamos ver e visitar. Entramos na catedral e nos maravilhamos com a beleza e a grandiosidade das obras. Os santos, a arquitetura, o altar, tudo muito bonito. E era uma igreja de verdade, não apenas um local de peregrinação turística como vimos depois em muitas igrejas. As pessoas no Peru e em diversos países da América do Sul são muito fervorosas, por isso ver grupos rezando, acendendo velas e ver crianças fazendo a primeira comunhão é muito comum. A catedral foi construída, é claro, pelos invasores espanhóis, sobre as fundações de um Palácio da dinastia Inca. As pedras usadas na construção da catedral foram retiradas do forte de Sacsayhuaman.

Depois da visita a igreja, resolvemos ir até o caixa automático (ATM) mais próximo, para ver se enfim as coisas tinham se normalizado. Quando nenhum de nós conseguiu sacar mais que os fatídicos 80 reais, nos preocupamos de verdade, e foi então que eu resolvi ligar pra minha tia, que era também gerente do meu banco, pra ver se ela podia nos ajudar. Fomos até um locutório, bem ali em frente a Plaza, que nada mais é que uma cabine telefônica, e eu liguei para o banco. Por sorte, e apesar da greve dos bancários, minha tia conseguiu verificar minha conta, e viu que o limite diário de saque era de 80 reais! Ah os novatos… ela conseguiu aumentar meu limite, mas não o do Rodrigo, que tinha outra gerente, e que estava em greve. Ao menos resolvemos a questão de ter dinheiro pra nos virar, graças a minha tia. Lição aprendida!

Acabamos tirando o resto do dia pra resolver assuntos práticos da viagem. Fomos até a estação de trem pra emitir os bilhetes de Cusco a Aguas Calientes e a próxima parada foi a rodoviária, pra comprar as passagens pra Copacabana. Claro que não esperávamos que a rodoviária fosse bonita, mas era bem menor do que eu pensei, apesar de Cusco atrair tantos turistas e o ônibus ser o meio de transporte mais comum entre os locais.
Nada de mais, não fosse a rodoviária estar mais pra uma feira livre!! Cada guichê de empresa tinha o seu próprio feirante, falando em voz alta o destino que ofereciam, e se agravava conforme chegavam mais pessoas por ali.
Foi bem curioso, porque no Brasil não costumamos pechinchar pra comprar passagens, mas naquele momento entramos no clima e fomos pedindo desconto de fim de feira. Passamos de barraca em barraca, ou de guichê em guichê, como ficar mais fácil, até penchincharmos o suficiente. Eles mostravam as fotos dos ônibus e explicavam o trajeto, o que pra nós dava na mesma, já que não conhecíamos nada. Nos guiamos pelas dicas dos mochileiros postadas em blogs e afins, que diziam pra passar longe de umas e encarar outras (infelizmente não lembro qual era qual). Optamos por uma que nos pareceu mais razoável, a Litoral, e eles até guardavam as mochilas caso a gente tivesse que sair do hostel e nao tivesse onde deixar.

Retornamos ao centro pra almoçar. Fomos pesquisando, olhando o menu, que sempre fica exposto na entrada, e acabamos nos deparando com um restaurante pequeno, que ficava na Calle Suecia, a mais ou menos 3 quadras da Plaza. O menu custava só 10 soles, e incluía suco ou Inca Cola. Gente, umas das melhores comidas peruanas que comemos! O restaurante era todo arrumadinho, enfeitado com espigas de milho e cestas de palha, e cada dia tinha um cardápio diferente. Nem preciso dizer que se tornou nosso restaurante preferido. O menu do dia era uma sopa de entrada, frango, arroz e salada, e ainda uma sobremesa. Voltamos lá no dia seguinte também, pra provar a trucha peruana, deliciosa por sinal, e finalmente a Inca Cola! A melhor descrição do sabor da Inca Cola foi o Rodrigo que deu: sabe recheio de bubbaloo?? Pois é, era isso. Vai do gosto do freguês… mas os peruanos adoram, vi até uns pedindo no avião depois. 





Arredores da Plaza... desprevenidos

Depois do café de vó da Julia, voltamos ao ponto de partida pra qualquer coisa, a Plaza, e o Rodrigo se sentiu mal depois de um tempo. Lemos alguns relatos de mochileiros recomendando que se levasse um comprimido para purificar a água, e remédios pra diarréia, mas não achamos que seria necessário. Depois de algumas horas, acabamos concordando que deveríamos ter mesmo levado tudo isso. Ficamos de sobreaviso por causa disso, fazendo passeios curtos e próximos da Plaza…




Fomos conhecer o Mercado San Pedro, um Mercado municipal repleto de artesanato quechua, também um ótimo lugar pra comprar souvenir e comida barata. Resolvemos não arriscar uma refeição por lá, e voltamos ao nosso restaurant preferido.Também fomos visitar A Igreja e convento de La Merced, que eu gostei bastante. Como eu havia mencionado, arte sacra é muito comum no Peru, mas lá havia um motivo especial. Além das pinturas dos artistas da Escuela Cusqueña, havia tambem uma sala com algumas relíquias, entre elas uma das maiores pérolas do mundo, cravada em um sacrário de ouro. Ah, eles tem guias que acompanham você, senão de graça, por um precinho bem camarada.
Depois fomos até a porta ao lado, a Igreja da Compania de Jesus, lindíssima, com o altar todo de ouro. Como estava no horário da missa, entramos sem pagar. Também dá pra subir até a torre do sino, mas conhecer o interior da igreja já foi o suficiente pra nós. Perambulamos pelas ruelas até chegar em uma com diversas lojinhas e preços bem interessantes.
Compramos presents pra família e luvas quentinhas de pelo de lhama, já que fazia muito frio por lá. Como não estava muito bem, o Rodrigo quis voltar mais cedo pro hostel pra descansar, então resolvemos jantar antes de ir. Fomos a um café na Plaza que era indicado pelo livro. Sentamos nuam mesinha na varanda, no segundo andar. A vista de lá era linda, víamos boa parte da cidade, cravada na cordilheira, com as montanhas circundando. O lugar não era dos mais baratos, mas a paisagem era impagável! Como fazia muito frio e a situação exigia, tomamos uma sopa e voltamos pro hostel.

Território Inca

Fomos ao centro de informação turística, que ficava logo ali, pertinho da Plaza, para nos informar sobre como fazer os passeios mais afastados do centro. Existem diversos tours, mas nós queríamos algo mais simples, que pudéssemos fazer por conta própria. As dicas do guia que levamos (o guia a que me refiro é o livro) foram muito boas, mas a sugestão era fazer o trajeto até as ruínas Incas a pé. Esse é um passeio que vale a pena, mas não necessariamente a pé. O soroche pode não ter tomado as nossas forças, mas é sempre desgastante caminhar na altitude. A falta de ar pode ser uma constante durante uma caminhada dependendo do seu (des)preparo físico.

Como estávamos em solo Inca, nada melhor que conhecer essa região, que fica a 2 kilômetros de Cusco, e abriga ruínas do que um dia foi um império. A atendente do centro de informações disse que poderíamos tomar um ônibus ou ir de táxi. Se táxi já era barato, imagine então o busão! Mas como o horário do ônibus não era favorável, pegamos um táxi. Ele nos deixou próximo de Tambomachay, um sítio arqueológico no complexo das ruínas, onde podemos apreciar a beleza do vale em si e também nos deparamos com as ruínas de um local de adoração aos deuses Incas, onde eram feitas oferendas. Vale mencionar que cada sítio do complexo tem uma portaria, e é preciso ter o bilhete de entrada. Compramos os bilhetes (Boleto Turístico) no próprio centro de info turística, apesar de ter achado o preço um pouco salgado. O nosso era o boleto de um dia, então fomos direto as ruínas, e como dava direito a entrada em museus, optamos pelo Museu Inca na volta. Não fizemos o tour do Vale Sagrado como muitos mochileiros fazem, apesar de ser um roteiro bem prático pra quem quer chegar cedinho a Machu Picchu, por incluir a cidade de Ollantaytambo, de onde se pega um trem para Águas Calientes (cidade base para MP).




Depois de Tambomachay, fomos caminhando pelo acostamento da Estrada pelos próximos sítios e suas ruínas.  O que mais impressionou foi o Forte de Sacsayhuaman, feito com pedras enormes, talhadas e perfeitamente encaixadas, e muitos blocos ainda estão intactos, apesar dos espanhóis.
De lá se tem uma bela vista de toda a cidade de Cusco. Imagino que na era inca fosse um tanto estratégica, mas hoje podemos desfrutar tranquilamente da paisagem, para fins pacíficos.. rsr.





Já estava ficando tarde, então pegamos um ônibus local pra chegar ao centro (beem barato). De lá fomos caminhando até o Museu Inca. Nos deparamos com inúmeros objetos encontrados em escavações e nos sítios arqueológicos do Vale Sagrado. Também há algumas salas onde se
conta a história da civilização Inca e outros povos da região, sua cultura, religião e avanços nas ciências e tecnologia, etc. Vale uma visita se você tiver tempo de sobra. Saímos do museu e fomos caminhando até a Coricancha e o anexo Convento de Santo Domingo, lugar onde ficava o Templo de Ouro inca, dedicado ao Deus Sol, onde os espanhóis mais tarde construíram uma igreja, porém não estava aberto a visitação, e ficamos apreciando do lado de fora mesmo. É uma bela caminhada do Centro histórico até lá, mas sempre se pode pegar um taxi.  

Ainda tínhamos direito a uma apresentação folclórica mais anoitinha, usando o boleto turístico, mas acabamos nos atrasando e não chegamos a tempo (a Julia recomenda). Fomos jantar no centro, antes de voltar pro hostel. De volta a casa da Julia, ainda tínhamos que planejar o dia seguinte, que seria bem cheio. Como compramos as passagens de trem saindo de Cusco, precisávamos acordar bem cedinho, ir até a estação e de lá pra Machu Picchu. Na volta iríamos direto pra rodoviária pra pegar o busão rumo a Copacabana na Bolívia. Não queríamos levar as mochilas pra MP, mas depois de muito pensar acabamos levando, esperando que lá tivesse algum lugar pra guardá-las. A Julia disse que seria tranquilo encontrar um guarda-volumes, entao não tinha erro. Ela até se ofereceu pra guarder as mochilas no hostel e depois levá-las pra gente até a rodoviária, mas não quisemos abusar da hospitalidade.

Machu Picchu, um lugar pra se apreciar

Mesmo acordando as 4h da manhã, desfrutamos do delicioso café da manha que a Julia preparou especialmente pra gente (eu disse que era VIP), e fomos até a estação. O trem saiu na hora marcada. Acomodamos as mochilas no porta-mochilas (era o trem backpacker) e nos recostamos no banco. O trem estava bem cheio e o caminho era longo, até cansativo em certo ponto, mas conforme nos aproximávamos do Vale Sagrado a paisagem mudou e foi ficando mais interessante. Na parada em Ollantaytambo, muita gente desceu, pois dali saem os grupos pra trilha inca. Mais tarde acabei descobrindo por meio de amigos que essa trilha é incrivelmente bonita, e me arrependi de ter feito esse trajeto de trem.




Quanto mais perto de Aguas Calientes, mais bela se tornava a paisagem, com uma mata verde e fechada, montanhas que pareciam aumentar de tamanho se multiplicavam a perder de vista. Sem contar os rios que cortam o vale e tornam o visual ainda mais fascinante.
Chegando a Aguas Calientes, bateu mais um arrependimento: o de não ter passado uma noite lá. Era uma cidadezinha muito charmosa, salpicada de restaurantes e pequenos hotéis, e rodeada de um visual deslumbrante. O mais espetacular estava por vir, era o dia de conhecer um dos sítios mais visitados do mundo, a famosa cidade sagrada de Machu Picchu. Compramos as passagens de ônibus para subir até o topo que dava para MP, mas você pode subir a pé, se tiver pique. 




Chegando lá, uma multidão de turistas se apinhava e se esbarrava em todas as direções. Fomos procurar o guarda-volumes, onde deixamos nossas mochilas. Como pretendíamos passar o dia no parque, e não tínhamos comprado nada para comer em Aguas calientes, tivemos que comer ali mesmo, pois já era hora do almoço. Aí vai mais uma dica para os desavisados: como em muitos lugares cheios de turistas e com poucas opções, tudo que estiver a venda na entrada de MP, que na época tinha apenas um restaurante, vai ser muito caro. Pagamos um horror pra comer 2 cachorros-quentes e tomar 2 refrigerantes (quentes)… mais uma pra lista de lições aprendidas.

Quando chegamos lá, já tinha bastante gente saindo, pois quem chega pela trilha ou dorme em Águas Calientes tem a vantagem de desfrutar do lugar ao nascer do sol e também por toda a manhã. Também tem a subida ao Wayna Pichu, uma das montanhas que cerca Machu Picchu, e que tem número limitado de visitantes por dia. Melhor pra quem chega cedo.
Como não foi nosso caso, fomos explorando a história e cada cantinho de MP aos poucos, lendo no guia do que se tratava cada pedacinho e tirando muitas fotos. A primeira vista do conjunto é empolgante, parecia surreal estar ali! Subimos até a entrada da trilha inca pra ter uma visão melhor. A cidade está cercada de 4 montanhas, uma ao norte, outra sul, outra a leste e outra a oeste e nao, nao é mera coiscidência, afinal estamos falando de uma das civilizações mais avançadas da história. Tudo ali tem um propósito, seja ele mítico ou científico. É o caso das plantações, feitas em forma de escada para adaptar o cultivo ao terreno íngreme,e também da pedra que fica exatamente no centro do complexo, a Itihuatana,  cercada de teorias e histórias sobre sua verdadeira função, e ainda os templos do Sol e da Lua. Não vou contar tudo pra não perder a graça, mas garanto que uma viagem a Machu Pichu é uma experiência única. É interessante levar um guia-livro com você, ou mesmo contratar um guia local, senão a cidade sagrada Inca pode acabar parecendo um amontoado de pedras.




Saímos de lá com uma leve garoa, depois de um lindo dia de sol quente, um prato cheio pros mosquitinhos que se alimentavam de um gringo vivo. O Rodrigo viu a hora no relógio e disse que tínhamos que voltar no próximo ônibus pra não perder o trem na estação. Como nosso tempo estava curto, não dava pra correr esse risco. Chegamos a Aguas Calientes e demos uma voltinha rápida, passamos em uma venda pra comprar uns lanchinhos e corremos pra estação. Chegando lá, descobrimos que o relógio do Rodrigo estava adiantado em uma hora! Foi meio triste deixar Machu Picchu as pressas e descobrir que afinal não tínhamos tanta pressa assim, mas pelo menos pudemos descansar por ali e comer com calma.



De volta ao trem, mais que lotado, estávamos bem cansados, e conseguimos tirar uns cochilos apesar das sacudidas. Tinha muita gente conversando e mesmo sem querer você acaba ouvindo alguma fagulha das histórias. Dois canadenses encontraram 2 outros gringos sabe-se lá de onde e contavam sobre a viagem deles a Colômbia como voluntários de uma ONG, e que acabaram ficando uns meses por lá, encantados com o país. Isso nos marcou, e ficamos curiosos pra conhecer a Colômbia, mas isso é história pra outro post.

Nova parada em Ollantaytambo e descobrimos que a passagem até ali sairia bem mais barato que a que pagamos, pois de lá saem vans por 20 soles até Cusco. Acho que não preciso mais mencionar que a gente era novato, já que não é mais novidade pra vocês…
Chegando em Cusco pegamos um táxi até a rodoviária e nos instalamos no busão. A viagem duraria a noite toda até chegar na fronteira com a Bolívia, de onde teríamos que mudar para uma van e seguir Bolívia a dentro até Copacabana. Portanto, era melhor dormir. Foi difícil pegar no sono, a noite estava muito bonita mesmo, e a paisagem era de tirar o fôlego. Montanhas lindas com cumes nevados e um céu espetacular me fizeram ficar acordada até tarde. Claro que o motor do busão nao era dos mais silenciosos, mas isso era o de menos.
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continue lendo sobre essa viagem:

Bolívia

Peru, o retorno

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3 comentários:

  1. Gostei do seu relato! Muito completo, anotei as dicas e os custos. Vou explorar mais Lima também, não só as ruínas de Cusco. Obrigadão!!!

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    1. Oi Douglas, que bom que gostou do relato, o Peru é um país fascinante, tem muita coisa boa pra fazer! Aproveite!!! Boa viagem!

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  2. Meu nome é Monica do México !!!! Eu só quero compartilhar minha experiência com todos. Eu ouvi sobre este cartão de ATM em branco por um tempo e nunca realmente pago qualquer interesse por causa das minhas dúvidas. Até que um dia eu descobri um tipo de hacking chamado unlimitedhackers. Ele é muito bom no que está fazendo. De volta ao ponto, eu perguntei sobre o cartão de ATM em branco. Se ele funciona mesmo existe. Eles disseram que sim e seu dinheiro um cartão aleatório agendado é removido sem ser notado e também pode ser usado para compras on-line taxa de qualquer tipo. Isso foi chocante e eu ainda tinha minhas dúvidas. Então eu tomei uma chance e pedi o cartão e concordo com os seus termos e condições. Esperando e rezando para que não fosse uma farsa. 3 dias mais tarde eu recebi o meu cartão e tentei o mais próximo ATM perto de mim para testar, funcionou como mágica. Eu era capaz de retirar até US $ 3000 por dia. Isso foi incrível eo dia mais feliz da minha vida. Até agora eu posso retirar até US $ 21.000 em uma semana sem qualquer estresse de ser pego. Eu não sei por que estou postando isso aqui, me deu a sensação de que isso poderia ajudar aqueles que estão na necessidade de estabilidade financeira. O cartão em branco do ATM mudou realmente minha vida. Se você quiser contatá-los, aqui você é o endereço de e-mail é unlimitedhackersnetwork@gmail.com. E eu acho que eles vão mudar a sua vida

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